Muitos foram os pensadores que
contribuíram com a Educação Infantil. Segundo Nicolau (1993, p. 25), os
educadores que influenciaram a Educação Infantil foram Rousseau, Pestalozzi,
Fröebel, Decroly, Montessori, Freinet, Wallon, Piaget, Vygotsky entre outros. Destacam-se
neste artigo alguns destes pensadores e abordaremos um pouco sobre suas
contribuições.
* Rousseau
Nasceu em Genebra (Suíça), iniciando
uma nova forma de entender as crianças, que até sua época eram vistas como
adultos em miniatura. Para ele a criança precisava receber um tratamento
diferente, específico, possuindo ela, também, características próprias,
interesses, ideias e até vestimentas diferentes dos adultos. O verdadeiro
objetivo da educação, para Rosseau, era o de ensinar a criança a aprender e a
viver em liberdade, a valorização do indivíduo.
Redimensionou a educação infantil,
afirmando que não se deveria moldar o espírito das crianças de acordo com um
modelo estabelecido, vendo na educação a expressão livre da criança no seu
contato com a natureza, mostrando que ela é capaz de agir por si mesma.
Condenou o uso excessivo da memória e da severidade da instrução, criticando
estas duas práticas na escola da sua época.
Propôs à criança o brinquedo e os
esportes. Através da agricultura a criança aprenderia a utilizar os
instrumentos como a pá, bem como a contar, a pensar, a comparar e a medir.
Sugeriu atividades relacionadas com a vida para aprender e desenvolver a
geometria, a aritmética, o canto e a linguagem.
Dessa forma, estes princípios educacionais
ainda hoje permanecem sendo enfatizados na educação.
*Pestalozzi
Pestalozzi nasceu em Zurique (Suíça).
Acreditava que a educação poderia aperfeiçoar o indivíduo e a sociedade.
Decidiu ser mestre-escola para colocar
em prática suas ideias. Entendia que o lar era a melhor instituição para a
educação e a instituição escolar deveria se aproximar dela para a formação
humana, abrangendo a moral, a política e a religião. No seu método, mestres e
alunos permaneciam juntos o dia inteiro, das 8 às 17 horas, desenvolvendo as
mais variadas atividades, de maneira flexível, como aulas, refeições, banhos e
brinquedos. Em duas tardes por semana os alunos faziam excursões ou ficavam
livres. Dividia as crianças em faixas etárias, sendo uma até oito anos, outra de
oito a doze anos, e uma terceira de onze a dezoito anos. Não admitia e até
condenava as punições, as recompensas e as correções. Privilegiou os aspectos
psicológicos da educação, revolucionando a disciplina, baseando-a na cooperação
entre os professores e alunos, e, também, impulsionou a formação de
professores.
*Fröebel
Viveu na Rússia de 1782 a 1852, sendo
destacado como o fundador de Jardins de Infância, enfatizando o amor à natureza
e à criança no processo educacional.
Trabalhou com Pestalozzi por alguns
anos, depois, em 1837, abriu o primeiro Jardim de Infância e continuou durante
toda a sua vida a criar estes educandários, à elaboração de métodos e
equipamentos para eles e à formação de professores.
Formalizou os seus próprios princípios
educacionais, sendo totalmente independente e crítico, embora tenha recebido
influência de Pestalozzi. Para ele a educação é um processo pelo qual o homem,
autoconsciente, desenvolve-se com todos os poderes, funcionando harmoniosa e
completamente, tanto em relação à sociedade como à natureza.
A doutrina de Fröebel foi à da
“Parte-Todo” ou da unidade, a qual considera o homem como uma unidade, que para
atuar exige a integração dos órgãos sensoriais, dos músculos, dos nervos com a
vontade, raciocínio, percepção e memória, mas a mesma unidade, cada objeto do
Universo, é parte de algo mais geral.
O desenvolvimento, para Fröebel, ocorre
em fases que são a infância, a meninice, a puberdade, a mocidade e a
maturidade. Para ele todas possuem a mesma importância.
- No Jardim de Infância, por ele
criado, o professor era considerado um jardineiro e as crianças plantinhas de
um jardim. As atividades de linguagem, de percepção sensorial e de brinquedo
seriam as formas da criança expressar-se, enquanto a linguagem oral estaria
associada à vida e à natureza. Para ele, os ritmos e o movimento eram muito
importantes, por isto, deu importância ao desenho e à atividade lúdica - o
brinquedo.
A preparação para ter uma vontade firme
e a instrução era enfatizada no período da meninice, que se estende dos seis
aos dez anos.
Valorizou, também, a família, como fez
Pestalozzi, cuja função abordaria os planos biológico, religioso, educacional e
social. Captou, sendo neste aspecto o primeiro, o significado da família nas
relações humanas. Constatou, inclusive, o valor dos símbolos para as crianças
e, por isto, ressaltou o simbolismo. Para integrar o crescimento dos aspectos
moral, mental e físico, o principal meio é a atividade construtiva. Afirmou,
ainda, que a base para os currículos das escolas deve ser os interesses e as
atividades em cada fase da vida da criança.
* Decroly
Decroly, educador belga, ressaltou que
a criança deve solucionar os problemas e viver os momentos de existência
infantil plenamente: esse é o destaque que colocou na educação infantil,
compreendendo as condições do desenvolvimento infantil e não a preparação para
a vida adulta, como era o pensamento educacional em vigor, na sua época.
Decroly ajustou a escola à psicologia
da criança, transformando o ensino, sendo que seu método é chamado por centros
de interesse, destinado principalmente aos alunos das classes primárias, porque
procura associar os interesses infantis com os conhecimentos.
Para ele os centros de interesse se
modificam com a idade. Isto é, dos três aos seis anos de idade, no Jardim,
através do contato com o meio. A isto se associava a ideia de conhecimento,
pela criança, de defender-se de perigos e acidentes, de lutar contra as
dificuldades, de suas necessidades de se alimentar, de ter alegria e de
trabalhar e agir em grupo. Conhecendo o meio, a criança estaria satisfazendo
suas necessidades. Sendo assim, a sala de aula está presente no dia-a-dia da
criança: na cozinha, no jardim, no museu, no campo, na oficina, nas viagens
etc.
Para Decroly, a criança passava por três
momentos nos seus centros de interesse: o da observação, o da associação e o da
expressão. A duração dos centros de interesse pode variar muito, até meses,
sendo, portanto, flexível, por motivo da riqueza dos conhecimentos a serem
trabalhados.
Não se preocupou em escrever uma obra
fundamental, porque pensava, ao expor suas técnicas, que elas poderiam se
cristalizar: preocupou-se mais em apresentar princípios educacionais do que com
fórmulas rígidas.
*Montessori
Montessori, educadora italiana, estudou
medicina, tendo-se doutorado nesta ciência pela Universidade de Roma,
dedicou-se, a partir dos 25 anos, às crianças anormais na clínica daquela
Universidade.
Na Itália, nesta época, vivia-se um
movimento da educação nova em oposição aos métodos tradicionais, que não
respeitavam as necessidades e a evolução do desenvolvimento infantil.
Nesse contexto, Montessori fundou a
primeira Casa da Criança em 1907, sendo locais de educação e de vida, não
somente de instrução, visando à educação completa da criança. Utiliza um método
ativo quanto à criação e a aplicação, tendo como centro as atividades motoras e
sensoriais, especialmente na educação pré-escolar, embora o tenha estendido
também à segunda infância. Respeitava as necessidades e a evolução do desenvolvimento
infantil, sendo um método de trabalho individual, embora tenha um cunho social,
porque as crianças, com o grupo social, devem colaborar com o ambiente social.
Concentrou seus conhecimentos à
formação de professores para a educação de anormais. Experimentaram em crianças
normais os procedimentos usados na educação de anormais, após observar os
defeitos das escolas comuns.
Da educação terapêutica partiu para as
fases de desenvolvimento infantil e as diferenças individuais, preocupando-se
com o corpo e o espírito do aluno e o seu processo de adaptação à vida social.
Assim, a “escola deveria girar em torno do aluno”.
No sistema Montessoriano de educação os
ruídos são considerados prejudiciais e, portanto, o silêncio é muito
valorizado. Até o professor não precisa falar alto e a criança fala apenas
quando seu trabalho exigir.
Montessori defendeu uma concepção
global de educação e, também, deu ênfase à relação da criança com a natureza,
daí, resultando, as ciências que mereceram um papel de destaque.
* Wallon (1879-1962)
Médico francês desenvolveu vários
estudos na área da neurologia. Wallon propôs o estudo do desenvolvimento
infantil, contemplando os aspectos da afetividade, da motricidade e da
inteligência. Para ele, o desenvolvimento da inteligência depende das
experiências oferecidas pelo meio e do grau de apropriação que o sujeito faz
delas. Assim sendo, os aspectos físicos do espaço, as pessoas próximas, a
linguagem, bem como os conhecimentos presentes na cultura contribuem
efetivamente para formar o contexto de desenvolvimento.
Para este educador há uma profunda
diferença entre o desenvolvimento da criança e o desenvolvimento do adulto,
porque a transição da infância para a fase adulta envolve uma total
transformação do ser humano, bem como do ambiente no qual a criança está sendo
introduzida; é o mundo dos adultos, o que explica uma certa uniformidade nas
estruturas de cada estágio que a criança vive em seu processo de
desenvolvimento, enfatizando nele dois elementos importantes, a imitação e o
brinquedo.
Ele destaca as emoções e a linguagem
como domínios funcionais no desenvolvimento da criança e como fatores
associados a esses domínios enfatizam as questões da confusão entre o EU e os
OUTROS e da descontinuidade no processo de desenvolvimento.
Buscou enfatizar na sua teoria a
indissociabilidade entre uma concepção de Sociedade, Educação e Psicologia,
afirmando que o desenvolvimento da criança pode ser visto, tanto por seus
atributos inatos quanto como um reflexo dos valores sociais.
Para Wallon o desenvolvimento acontece
de forma descontínua, sendo marcado por rupturas e retrocessos. A cada estágio
de desenvolvimento há uma reformulação e não simplesmente uma adição ou
reorganização dos estágios anteriores, ocorrendo a interação entre o sujeito e
o ambiente.
* Freinet (1896 – 1966)
Este importante educador, cujo nome
completo era Celestin Freinet, nasceu na França, onde viveu toda a sua vida.
Preocupou-se com a modernização da educação e em como melhorar as técnicas a
ela aplicadas, para que se relacionasse com a vida, tendo suas ideias
penetradas em todo o mundo.
Introduziu modificações nas salas de
aula, como os cantinhos pedagógicos e as “aulas-passeio”. Sendo professor
primário, levava os alunos a observar a natureza e todo o mundo exterior e,
depois da “aula-passeio”, a uma análise dela. Freinet introduziu o texto livre
infantil, dando assim a oportunidade para a criança construir, expressar-se e
pensar mediante vivências. Para as crianças pequenas era dado destaque ao
desenho, o qual substituía o texto livre oral. Os melhores desenhos ou textos
eram escolhidos por todos e então colocados no “Livro de Vida”.
Iniciou, também, a correspondência
interescolar entre os alunos de sua escola com outra, em Saint Philibert.
Depois houve a troca de produtos da produção agrícola, enriquecendo a
experiência anterior.
Esse tipo de atividade enriquecia as
aulas constituindo-se em verdadeira cultura. E, em vez de a voz do professor
ser o mais importante, ele se associou a experimentação e à observação. Era
adepto da disciplina na escola e da autoridade do professor, mas para isto
enfatizava a necessidade de existir um ambiente humano, educativo e organizado.
As práticas de ensino propostas por
Freinet são fruto de suas investigações a respeito da maneira de pensar da criança
e de como ela construía o conhecimento. Observava muito seus alunos para
perceber onde tinha de intervir e como despertar neles a vontade de aprender.
Para Freinet a criança não avança sozinha, sendo assim, a “cooperação” é um dos
pontos fundamentais de sua Pedagogia.
* Vygotsky (1986-1934)
Estudioso russo na área de história,
literatura, filosofia e psicologia. Vygotsky dedicou-se à docência de 1920 a
1934, auxiliando na constituição de novos laboratórios de investigação,
contribuindo para a criação e a organização de instituições de atenção às
crianças portadoras de necessidades especiais e também escrevendo cerca de 200
trabalhos científicos.
Vygotsky é o representante principal da
tendência que privilegia os pressupostos sócio-históricos ou sócio-interacionistas,
a qual aponta para uma posição oposta à perspectiva evolucionista do
conhecimento apontada por Piaget, pensando, portanto, em uma Psicologia
historicamente fundamentada através dos processos de mudança na história do
sujeito. As preocupações de Vygotsky centram-se em buscar quais os aspectos da
dinâmica da cultura e da sociedade que teriam influência no curso de
desenvolvimento do sujeito. Vygotsky procura compreender de que maneira se dá a
interferência do mundo externo no mundo interno, ou como a natureza
sociocultural se torna a natureza psicológica.
Vygotsky defende uma abordagem teórica
e, consequentemente, uma metodologia que privilegia a mudança. A cada estágio
do seu desenvolvimento a criança adquire os meios para interferir de forma competente
no seu mundo e em si. Destaca a importância da criação e do uso de estímulos
auxiliares ou “artificiais”. Através desses estímulos uma situação inédita e as
relações ligadas a ela são alteradas pela intervenção humana ativa. Os homens
introduzem esses estímulos auxiliares como uma maneira de adaptar-se
ativamente. O autor considera os estímulos como altamente diversificados: eles
incluem os instrumentos da Cultura na qual a criança nasce, a linguagem das
pessoas que se relacionam com a criança e os instrumentos produzidos pela
própria criança, incluindo o uso do próprio corpo. Vygotsky enfatiza a
importância do brinquedo e da brincadeira, do faz de conta para o
desenvolvimento cultural da criança.
Na sua teoria educacional é necessário
enfatizar o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal que significa a
distância entre aquilo que a criança sabe fazer sozinha (o desenvolvimento
REAL) e o que é capaz de realizar com o auxílio de alguém mais experiente (o
desenvolvimento POTENCIAL). Dessa forma, o que é Zona de Desenvolvimento
Proximal hoje vira nível de desenvolvimento real amanhã. O bom ensino,
portanto, é o que incide sobre a Zona Proximal.
* Piaget (1896 – 1980)
Esse educador nasceu na Suíça, realizou
profundas pesquisas no desenvolvimento da criança, tendo escrito mais de 50
livros e monografias, além de centenas de artigos.
Estudou com afinco o processo de
adaptação do homem ao meio pelo uso do conhecimento e, por isso, deu muita
importância ao processo de interação do indivíduo ao meio ambiente, que resulta
em estruturas lógicas, produzidas pelo indivíduo, que permitem ao ser humano
atuar sobre o mundo de formas cada vez mais complexas e flexíveis. A interação
da criança com a realidade, operando ativamente com pessoas e objetos,
impulsiona-a a criar estruturas mentais e adquirir formas de colocá-las em
funcionamento.
Para Piaget há vários estágios e
períodos do desenvolvimento da inteligência, que caracterizam as formas
diferentes do indivíduo interagir com a realidade, pois é o indivíduo que,
desde criança, vai construindo o seu desenvolvimento mental. Estes estágios,
segundo Piaget, são os seguintes: I – de 0 a 2 anos: estágio sensório motor; II
– de 2 a 6 anos: estágio pré-operacional; III – de 7 a 11 anos: estágio de
operações concretas; IV – de 12 anos em diante: estágio das operações formais.
- Os conhecimentos sobre as estruturas
mentais que se encontram em cada faixa etária e sobre o modo de funcionamento
específico dessas estruturas, em cada fase do seu desenvolvimento, para serem
utilizados pedagogicamente, necessitam de estudo aprofundado.
O modo de raciocinar da criança é
diferente do adulto, pois ela não raciocina por dedução ou por indução, mas por
analogia, sendo, também, um ser com uma capacidade adaptativa muito elevada,
sob o aspecto tanto social, como mental, emocional e físico. Seus sentidos
captam o concreto com elevada capacidade o que resulta em descobrir o mundo,
portanto, o exercício livre de suas capacidades físicas e mentais é a condição
básica e indispensável ao bom desempenho de sua aprendizagem.
Além disto, a criança pré-escolar é
egocêntrica, pensando que tudo existe em função dela, também é incapaz de
manejar ideias abstratas e não tem uma visão panorâmica das coisas.
Quanto à descoberta do real esse não é
concebido como algo que se impõe, objetivo e universal existem vários reais e
não um real que se modifica segundo as etapas do desenvolvimento do ser humano.
Há um processo dialético, semelhante a uma espiral, na construção do real, no
qual há a participação ativa do sujeito de uma forma mais importante do que o
objeto, presente ou não. É após o nascimento, através de ações sensoriomotoras,
que se inicia a construção do real, bem como de sua apropriação, completando-se
na idade adulta, quando o ser humano repensa sobre ela, sobre o aqui e o agora,
libertando-se dela através da atividade intelectual abstrata.
Antes de completar quatro anos,
conforme a fase do seu desenvolvimento, a criança torna-se capaz de usar
palavras para designar eventos e objetos, de formar símbolos mentais
representando objetos reais, de agrupar objetos de forma rudimentar e, num
nível muito simples, de raciocinar. Ela, de acordo com Piaget, aos quatro anos,
começa a possuir um pensamento intuitivo, entretanto, apesar dos avanços
conquistados, encontra dificuldades em apreender as sequências, a ordem do
aparecimento dos acontecimentos, em compreender a linguagem das outras pessoas
e as regras delas e, também, em entender o conceito de número.
Através da sua experiência a criança
constrói, a partir do agrupamento rudimentar, critérios classificatórios,
chegando a estabelecer as coleções que correspondem as suas necessidades,
cativando seu interesse.
Piaget enfatizou a moralidade autônoma
da criança, isto é, que a pessoa torna-se capaz de se governar e, desta forma,
é preciso que a pré-escola compreenda o que as crianças são capazes de realizar
e o que não são de acordo com o estágio do seu desenvolvimento. Como consequência
os professores não punirão os educandos, porém dialogarão com eles a fim de que
compreendam os porquês dos seus erros.
A teoria de Piaget, ao enfatizar a
atividade do sujeito e a iniciativa do mesmo, nos conduz a adotar uma atitude
diante da criança que reconhece a sua individualidade, a sua autonomia,
permitindo-lhe o uso da experiência direta e a sua participação na organização
da administração escolar o que resultará em torná-la mais adaptável às
transformações da vida, mais apta a enfrentar e a solucionar problemas, a
colaborar com os outros e a tomar decisões.
Por sua teoria psicogenética reconhecer
que o processo de desenvolvimento pressupõe uma sucessão de etapas, Piaget foi
um incentivador da educação pré-escolar, dando apoio às ações espontâneas da
criança, objetivando à organização do ato de conhecer voltada à preparação das
operações da inteligência, respeitando, ao mesmo tempo, sua criatividade e sua
espontaneidade.
Em resumo as propostas teóricas de
Piaget têm como pressupostos básicos o interacionismo, a ideia do construtivismo
sequencial e os fatores que interferem no desenvolvimento.
Pretende pelo interacionismo superar as
concepções inatistas, por um lado, e as teorias comportamentalistas, de outro
lado. Para ele o desenvolvimento resulta de combinações entre as circunstâncias
oferecidas pelo meio e aquilo que o organismo traz.
De acordo com Kramer (1991) uma
pré-escola fundamentada na teoria de Piaget necessita seguir os princípios
básicos que, em geral, orientam a prática pedagógica baseada na teoria deste
educador que são:
1. Tudo necessita de ação;
2. Permitir que a criança expresse seu simbolismo e, portanto, toda atividade na pré-escola deve ser semiotizada (representada);
3. A pré-escola necessita promover atividades em grupo, possibilitando o desenvolvimento da criança na interação e no contato com outras crianças;
4. Por intermédio da atividade a criança se organiza e, desta forma, a noção de organização é adquirida;
5. Ao criar “problemas” e “dificuldades” para a criança resolver, o professor exerce o papel de desafiador do educando e a pré-escola passa a ser um espaço criativo, ao invés de ser vista como passatempo, valorizando a iniciativa, a inventividade e a curiosidade da criança, promovendo a sua autonomia e permitindo a ampliação e a diversificação de suas experiências. Na pré-escola é essencial haver um clima de expectativas positivas em relação às crianças, elevando a autoconfiança delas, vencendo os aspectos negativos, para que tenham iniciativa de experimentar, de descobrir, de se comunicar, etc.;
6. As atividades são o eixo central do currículo da pré-escola e, por isto, são integradas às diferentes áreas do conhecimento humano (ciências sociais e naturais, matemática, linguagem).
2. Permitir que a criança expresse seu simbolismo e, portanto, toda atividade na pré-escola deve ser semiotizada (representada);
3. A pré-escola necessita promover atividades em grupo, possibilitando o desenvolvimento da criança na interação e no contato com outras crianças;
4. Por intermédio da atividade a criança se organiza e, desta forma, a noção de organização é adquirida;
5. Ao criar “problemas” e “dificuldades” para a criança resolver, o professor exerce o papel de desafiador do educando e a pré-escola passa a ser um espaço criativo, ao invés de ser vista como passatempo, valorizando a iniciativa, a inventividade e a curiosidade da criança, promovendo a sua autonomia e permitindo a ampliação e a diversificação de suas experiências. Na pré-escola é essencial haver um clima de expectativas positivas em relação às crianças, elevando a autoconfiança delas, vencendo os aspectos negativos, para que tenham iniciativa de experimentar, de descobrir, de se comunicar, etc.;
6. As atividades são o eixo central do currículo da pré-escola e, por isto, são integradas às diferentes áreas do conhecimento humano (ciências sociais e naturais, matemática, linguagem).
Podemos afirmar que a pré-escola, ao
adotar a teoria educacional de Piaget, necessita criar as condições necessárias
para a criança construir o seu conhecimento do real, não através das palavras,
mas da ação, de acordo com a fase do seu desenvolvimento.
A teoria psicogenética de Piaget
entende que o processo de desenvolvimento ocorre em etapas, conduzindo-o a
interessar-se pela educação pré-escolar, pois nela há um clima favorável de
liberdade de exploração, porque respeita a criatividade e a espontaneidade da
criança, bem como um ambiente rico em desafios. A pré-escola comporta ensino na
medida em que exige uma organização das atividades dos alunos, enfatizando a
necessidade de existir um ambiente humano, educativo e organizado.
Houve muitas modificações na sociedade
humana que se refletiram nos vários enfoques, nas formas de visualizar a
infância e, também, a Educação Infantil. Cada educador contribuiu muito, logo,
podemos destacar, Piaget, Vygotsky e Wallon, os quais tentaram mostrar que a
capacidade de aprender se constrói a partir das trocas estabelecidas entre o
sujeito e o meio. As teorias sócio interacionistas defendem o desenvolvimento
infantil como um processo dinâmico, pois as crianças, não são apenas receptoras
das informações, sendo que o desenvolvimento motor, afetivo, cognitivo, a
capacidade afetiva, a sensibilidade, a autoestima, o raciocínio e a linguagem
acontecem de forma integrada e simultânea.
Os estudos desses teóricos
possibilitaram uma nova compreensão do desenvolvimento infantil, embora nem
sempre concordantes em todos os aspectos. Com o desenvolvimento histórico da
sociedade brasileira houve uma progressiva inserção dela no sistema capitalista
e, com ela, mudanças na área educacional, inclusive na Educação Infantil,
gerando as modificações nas políticas educacionais públicas: assim
primeiramente predominou o assistencialismo e depois, ao lado dele, a educação.
Fonte: Rede
SACI, Comentário SACI: Márcia de Almeida
Moura é pedagoga e especialista em gestão escolar.
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